“Às vezes você levanta da cama de manhã e pensa, eu não vou conseguir, mas você ri por dentro lembrando todas as vezes que sentiu isso.”
— Charles Bukowski
Motivacional
uma leitura sobre o que nos envia diariamente para a cova dos leões
Dia 14 de março de 2020 aconteceu na cidade de São Bernardo do Campo o evento Move Day. Este encontro possibilitou que diversas pessoas, de idades bastante diferentes, pudessem experimentar uma programação totalmente voltada para a qualidade de vida, preenchida com exercícios, palestras e degustações de alimentos saudáveis.
Nesse evento, promovido pelo CT Move Treinamento Funcional (https://ctmovetreinamentofuncional.com.br/) aconteceu a palestra da Nutricionista Amanda Moreno (https://www.instagram.com/meupratocolorido_/) – e a minha. Um bate papo bem informal sobre motivação.
O Motivacional!
Afinal de contas, o que nos leva todos os dias para a cova dos Leões?
Acho que pergunta melhor seria: “quais os teus motivos?”.
Muita gente acredita que motivação significa simplesmente motivo para a ação, no sentido de ter um objetivo ou meta que se quer alcançar agindo.
Eu acho que a motivação, em si, já é movimento. Por que não considerarmos que a simples capacidade de nos mexer já não é, também em si, motivação suficiente pra sair do lugar?
Nas psicologias, muito estudo já foi feito nessa área. A teoria humanista, por exemplo, considerava inicialmente que o ser humano é motivado pela auto-realização, a realização pessoal plena. Depois de evoluir alguns conceitos, considerou também outros fatores motivacionais, como por exemplo:
* tendência à constante mudança;
* crescimento e desenvolvimento de um si-mesmo integrado ao mundo que o rodeia, que também está em constante mudança;
* desenvolvimento de auto estima, equilibrando o que se quer e o que se tem;
* aproveitamento máximo do potencial humano.
e muitos outros… São muitas teorias.
A psicologia positiva, em sua visão psico-positiva, acredita, por outro lado, que esse potencial humano é importante motivador, desde que alinhado aos valores sociais e individuais da pessoa que o explora. O desenvolvimento de virtudes é, nesse caso, um fator de extrema atenção. Estar alinhado nos acalenta, nos dá prazer, nos transforma e nos coloca em fluidez em nossas vidas, estado de flow. De atenção total. De momento presente.
Gratidão, capacidade de amar, de trabalhar, coragem, compaixão, resiliência, criatividade, curiosidade, integridade, autoconhecimento, moderação, autocontrole, sabedoria…
Poderiam então ser motivadores que completam positivamente o ser humano?
Acredito que há grandes chances que sim! E vocês?
A psicanálise, minha favorita, por sua vez, nos faz pensar sobre tudo aquilo que desconhecemos de nós mesmos. A cada nova descoberta do que está escondido de nós (muitas vezes por não termos realmente como saber conscientemente) nos leva a novos motivos para realizar algo como humano, como sujeito, como pessoa que deseja, que é barrada pelos conflitos e limites naturais e sociais, mas que tem que se haver consigo mesma e com os outros.
Lembre-se: Sempre em conflito. Ou será que não?
E a fenomenologia, que tão belamente nos fala sobre os sonhos que carregamos durante a vida, nos ajuda também a compreender melhor o que nos tira da cama, que nos leva ao trabalho, nos causa paixões, transforma o mundo e o ser. O motivo de vir a ser um ente existente nessa possibilidade única de… existência!
Precisamos, sim, conversar sobre motivação.
Motivação é coisa que se esgota e não sabemos muito bem pra onde ela vai quando não está onde a gente quer. Ela nunca é definitiva e exige cuidado e carinho.
Como disse, lindamente, uma participante do MoveDay: “é preciso regar que nem uma plantinha e acompanhar seu crescimento”.
Motivar-se é difícil. Exige disciplina e foco.
Mas se você abusa disso, ela vai embora também. É preciso saber relaxar.
Ou, como diria um ícone oriental que gosto muito:
“Dormir faz parte do treinamento”
– Shikamaru Nara (Anime Naruto)
😆😆😆😆😆
Também não adianta muito dizer que “O regime começa amanhã.” ou que “Ano que vem termino meu curso.”. Como disse o ex-advogado da União dr. Gerônimo Theml, as metas para o futuro não motivam você agora porque elas são criadas na sua cabeça para um você “versão do futuro”. Quem sabe ele não fique motivado no seu lugar, não é mesmo?
O legal seria que todo mundo pudesse pensar no que pode fazer AGORA.
JÁ! Imediatamente!
E averiguar a motivação que existe por trás dessa vontade.
Lembrando que o amor pelo objetivo, nesse sentido, pode ser uma tremenda armadilha. Principalmente se for um sonho grande! Fantástico! Ideal! Inatingível!
O tal do “plano ambicioso” que minha esposa, a psicóloga Olinda Morinishi, tanto fala.
A maioria dos caminhos custam caro e o compromisso da motivação tem que estar no processo de ir até esse sonho, mesmo que demore e vá acontecendo de pequenas em pequenas conquistas, com mil passos pra trás e dez mil passos pra frente.
E você? Sabe o que quer?
O que te motiva?
Sugestão:
Assista ao vídeo de instruções do exercício DMP, o “Dia Médio Perfeito”, compilado pelo empresário digital Bruno Picinini.
(https://www.youtube.com/watch?v=7iHrd99kuMU)
Faça este exercício com seriedade, com calma, e com MOTIVAÇÃO.
Depois disso,
Se quiser conversar sobre tudo o que você escreveu, clique aqui e agende uma sessão comigo. Será um prazer te ajudar a clarear esses objetivos e buscar junto contigo um motivo pra enfrentar os Leões todos os dias!
Diogo Besson
psicólogo e psicanalista
CRP 06/128111
Membro da Rede Núcleos de Psicanálise, São Paulo, e psicólogo psicoterapeuta para psicoterapia psicanalítica breve na Clínica Psiquiátrica Dr.a Lucia Padula, em São Bernardo do Campo – SP. Atende online e presencial.
Outras Referências:
- Blog da L&PM, editora de livros de bolso responsável pela publicação de diversos títulos de Charles Bukowski no Brasil. Disponível em https://www.lpm-blog.com.br/?p=25033 . Acessado dia 23/02/2020, às 21:54, Brasil.
- Maslow, Abraham H.. (1987). Motivation and personality (3rd ed.). New York, USA.
- PIZANI, Juliana et al . (Des) motivação na educação física escolar: uma análise a partir da teoria da autodeterminação. Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Porto Alegre , v. 38, n. 3, p. 259-266, set. 2016 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32892016000300259&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 25 fev. 2020. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2015.11.010.
- Rogers, Carl R. (1951) Client-centered therapy. Boston: Houghton Mifflin.
-
Rogers, C. R. (1967). On becoming a person: a Therapist’s view of psychotherapy. London: Constable.